
"Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para a fogueira"
Tolstoi
"Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos." Saint-Exupéry


Foi muito difícil decidir quais objectos mostrar. Escolher cinco em muitos não é fácil, mas cá vai: o top é o objecto mais importante da minha vida escolar. Está cheio de assinaturas e dedicatórias de todos os meus colegas do nono ano. O pluche foi-me oferecido num aniversário meu, pelas minhas amigas. O telemóvel é muito importante, faço tudo com ele. O mp3 vai sempre comigo, nunca o deixo em casa. O livro foi o último que li e adorei, é lindo.
“Podias ter-me dito que ias sair da minha vida. A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo. Podias ter-me dito que querias conjugar o verbo desistir. Demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer, sem travar batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem. Contigo aprendi que o amor é uma força misteriosa e divina. Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã ao acordares. Não sei quando te voltarei a ver ou a ter notícias tuas, mas sabes uma coisa? Já não me importo, porque guardei-te no meu coração antes de partires. Numa noite perfeita entre tantas outras, liguei o meu coração ao teu com um fio invisível e troquei uma parte da tua alma com a minha, enquanto dormias.”
Compreendo que nunca mais o vou ver quando ele me sorri com o sol a incidir-lhe no rosto, obrigando-o a franzir os olhos, o que lhe provoca pequenas rugas. Nunca mais o verei caminhar, no seu coxear arrastado.
Ao longo da nossa vida aparecem inúmeras fechaduras no nosso caminho. Umas são maiores, outras mais pequenas. Umas são mais fáceis, outras mais difíceis. E ainda, umas melhores e outras piores. Algumas dessas fechaduras conseguimos abrir com as chaves que temos, podendo usufruir do que há do outro lado. Mas, outras, por mais chaveiros que tenhamos ou que adquiramos, nunca encontramos a chave certa e, essas fechaduras, ficam condenadas ao encerramento por toda a eternidade, sem nunca sabermos o que se escondia atrás delas.
Não pares!
"Guarda as laranjas num cesto, leva-as para casa e faz um bolo de saudades para esquecer a mágoa. E nunca deixes de sonhar que, um dia, tal como eu, vais encontrar alguém mais próximo e mais generoso, que te ensine a ser feliz, mesmo com todas as pedras que encontrarem no caminho. Larga as laranjas e muda de vida. A vida vai mudar contigo."
"Aprendi a nunca pedir que me amasses e a nunca cobrar a distância. Aprendi novas formas de viver e de estar, de amar e de ser feliz...
Não consegues parar de correr. Tens de correr! Não podes parar! Passagem pouco largas passam por ti em grande velocidade. Cruzamentos aparecem à tua frente e não sabes por onde ir. Sentes-te perdida. O teu sentido de orientação ficou destruído como se uma avalanche de pedras o arruinasse. Uma descarga de adrenalina apanha-te desprevenida. Não sabes o que fazer. Sentas-te no chão e tentas acalmar-te. A tua vista está desfocada, o teu coração bate descontroladamente no teu peito, as tuas pernas vacilam… respiras fundo três vezes e levantas-te. Tens de sair dali, tens de encontrar a saída. Queres sair dali. Queres ver a luz brilhante do sol no horizonte e não uma luz ofusca ao longe. Recomeças a correr, cruzamentos e cruzamentos. Tens a estranha sensação de que já passas-te por ali. Não paras, tens de continuar. Outra descarga de adrenalina percorre a tua espinha. Aceleras. Mais cruzamentos atravessam o teu caminho. Será que nunca mais encontras a saída? Corres, corres, sem parar. Um cruzamento diferente faz-te parar. Num dos caminhos, uma luz mais forte dá-te uma nova esperança, uma nova vida. Obrigas as tuas pernas a correr ainda mais. A luz fica cada vez mais forte e ficas cada vez com mais esperança. Paras! A luz está muito forte mas avanças sem medos. Passo ante passo, aproximas-te mais daquela luz. Finalmente, passado tanto tempo, consegues sair daquele emaranhado labirinto. A luz transforma-se numa luz mais fraca e consegues ver o pôr-do-sol lá no horizonte...
A amizade assemelha-se a uma árvore. Tem se ser plantada e cuidada dia a dia.